O Nordeste é a região brasileira que possui o maior
número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em função de suas diferentes
características físicas, a região é dividida em quatro sub-regiões: meio-norte,
sertão, agreste e zona da mata, tendo níveis muito variados de desenvolvimento
humano ao longo de suas zonas geográficas.
Nas festividades, a região Nordeste dispõe de
variados eventos que ocorrem ao longo do ano:
Festa do Divino: Dedicada ao Divino Espírito Santo e
realizada no domingo de Pentecostes. A figura homenageada é o Imperador do
Divino, habitualmente um menino com vestimenta de imperador. É organizada pela
Folia do Divino, que são pequenos grupos encarregados de arrumar o dinheiro
para a realização da Festa. Os grupos são encarregados de saírem pedindo
dinheiro pelas residências, onde param para cantar as músicas do divino,
acompanhadas de viola e rabeca. As folias carregam também a Bandeira do Divino
para o povo beijar.
Festa do Nosso Senhor dos Navegantes: Esta festa é uma procissão no mar,
feita por diversas embarcações que transportam o barco onde está a imagem do
Protetor dos Navegantes. A realização da procissão é realizada na Baía de Todos
os Santos, em Salvador.
Festa de Iamanjá: A rainha dos mares, Iemanjá, é também
conhecida como Janaína e Nossa Senhora do Rosário. Na casa do Peso, em Salvador
(BA), fica um balaio, guardado por uma mãe-de-santo, onde os devotos depositam
presentes que serão levados ao mar no dia da comemoração.
Festa de Santa Cruz: Esta festa comemora a descoberta da
verdadeira cruz de Cristo pela imperatriz Helena, mãe do Imperador Constantino.
É uma festa religiosa com música e danças de origem indígena. É uma festa em
que apenas os homens participam, dançando e tocando instrumentos próprios dos
índio.
Festa do Bonfim: Para os baianos que seguem as
religiões africanas, o Senhor do Bonfim é o mesmo que Oxalá. No dia da festa as
mães e filhas-de-santo lavam as escadarias da Igreja do Bonfim com água do poço
de Oxalá. Os festejos duram nove dias, com rodas de samba e capoeira. A
comemoração é encerrada na “segunda-feira da Ribeira”.
Na música
popular nordestina, destacam-se ritmos, tais como: o coco, o xaxado, o samba de
roda, o baião, o xote, o forró, o axé, o frevo etc.
Coco: ritmo originário de Pernambuco. O nome refere-se à dança e ao som deste
ritmo. Coco significa cabeça, de onde vêm as músicas, de letras simples. Com
influência africana e indígena, é uma dança de roda acompanhada de cantoria e
executada em pares, em fileiras ou em círculos durante festas populares do
litoral e do sertão nordestino.
Xaxado: dança popular brasileira originada nas regiões do agreste e do sertão
nordestino. Era muito praticada pelos cangaceiros da região, quase sempre, em
celebração às suas vitórias. O nome é derivado ao barulho das sandálias dos
cangaceiros contra a areia do sertão. Xaxado é uma dança de guerra e de
entretenimento, criada pelos cangaceiros de Lampião.
Samba de Roda: surgido por inspiração, sobretudo, de um ritmo africano, o semba, e
teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais
africanos. O Samba de Roda, no Recôncavo Baiano, designa uma mistura de música,
dança, poesia e festa. Presente em todo o Estado da Bahia, o Samba de Roda é
praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Porém, o ritmo se espalhou
por várias partes do país, sobretudo, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Forró: é uma festa popular brasileira, de origem nordestina. No forró, existem
vários ritmos, como o baião, a quadrilha, o xaxado e o xote, que veio de
Portugal. O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de
1950. Foi Luís Gonzaga que consagrou o forró no Brasil e contribuiu muito para
que a cultura do sertão nordestino fosse difundida pelo país. O Nordeste era,
quase sempre, representado nas músicas do compositor.
Frevo: é um ritmo musical e uma dança brasileira com origem no Estado de
Pernambuco. Ele é resultado da mistura de marcha, maxixe e elementos, da
capoeira. Surgido na cidade do Recife no século XIX, o frevo caracteriza-se por
ser um ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram
comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos
seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte.
Bumba-meu-boi: Boi-bumbá ou Pavulagem é
uma dança do folclore popular brasileiro, com personagens humanos e animais
fantásticos, que gira em torno da morte e ressurreição de um boi. Como dança
dramática, o bumba-meu-boi adquiriu, com a passagem dos anos algumas
cateterísticas dos autos medievais, o que lhe dá o caráter de veículo de
comunicação.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigMOSqiJYOpLFQjEP9JeKaBZ6NbNFLem6hyWihIVZGQvEL0KbMHhePocLeUL4ADL7_FnvTwZmYLqwJFMDdKhwn6MyFX76r5CU8bt5bkLo07e2ePthuGMhujfB0DekdAIYaB0sJeKC0QkM/s320/bumba+meu+boi.jpg)
A culinária nordestina é variada, refletindo as condições econômicas e
produtivas das diversas paisagens geoeconômicas dessa região. Frutos do mar e
peixes são bastante utilizados na culinária do litoral, enquanto, no sertão,
predominam receitas que utilizam a carne e derivados do gado bovino, caprino e
ovino. Ainda assim, há várias diferenças regionais, tanto na variedade de
pratos quanto em sua forma de preparo. Por exemplo, no Ceará, predomina o
mugunzá - também chamado macunzá ou mucunzá - salgado, enquanto em Pernambuco
predomina o doce). Na Bahia, os principais destaques são as comidas feitas com
azeite de dendê e com camarão, como as moquecas, o vatapá, o acarajé e os
bobós; porém não são menos apreciadas comidas acompanhadas de pirão como mocotó
e rabada, além de doces como a cocada, que está presente em todo o nordeste. No
Maranhão, destacam-se o cuxá, o arroz de cuxá, o bobó, o peixe pedra e a torta
de camarão. Também no Maranhão se destaca o Guaraná Jesus, patrimônio
maranhense de fama nacional. Já o bolo-de-rolo é patrimônio imaterial de
Pernambuco.
Algumas comidas típicas da região são: o
baião-de-dois, a carne-de-sol, o queijo de coalho, o vatapá, o acarajé, a
panelada, a buchada, a canjica, o feijão e arroz de coco, o feijão verde e o
sururu, assim como vários doces feitos de mamão, abóbora, laranja, etc. Algumas
frutas regionais - não necessariamente nativas da região - são a ciriguela, o
cajá, o buriti, a cajarana, o umbu, a macaúba, juçara, bacuri, cupuaçu, buriti,
murici e a pitomba, além de outras.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiftDWJiS70dLL2gxlGgc4ZJ2vS-9bi_iL8AmknMYZTPNzccgk7dvHnKp_L9-iG2X7UlD_L8j9t7YOQbfonFAviizDPkKuxmSaN1x2E3NuPoobfbqRFMNoQp0sMEAp1p0pnHLJkBcrFLiM/s320/acaraje.jpg) |
Acarajé |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6VJiRfXTVjFu3P_JtGT9QSEAFZ12_sRG6l52jrk5CJRD8wuOAKfHg_CcHFaT4DhKTf4xHlxiaEebmDRzkqsdcXQ7ChwDphHIW2SEztJbwLIYcN8WtOcTu3A4PusiKMqMxtc9M8AIxXlo/s320/baiao+de+dois.jpg) |
Baião de Dois |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6okviocPw7KZBoZcLmteNAhAELOk8Hob_gm0NW6k4FVw9Kbrjz1WCqFklp0jQszOjGjBlr2XLB1XUyl44Wgi1OWaD0CFt6MTSpccvqFYg5FBSKigX0Col4dzA-o-44s9_Z-B114pqEl4/s320/vatapa.jpg) |
Vatapá |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9Fpdsa3Rj_kEyESs6PIIsEppgw6eIMDo22eUjPkBDTmwBYIAN-fc4f97AVx3DbU4jAo9rjTEcRshpYTlXe6KQHWgdU7oZqTcJznVpFwFZuMT9HwXa8ZPOg-_m-mtAnSUoa0dMI1lQOHQ/s320/caja%25CC%2581.JPG) |
Cajá |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjshfQtC2kn_y6c-BCZ83IX8qsXK3tKF_P5AgS1p82YEh8gv3HhHDUfTju_bkLVitz-h-i4CrlA54_4cl4_YrgiaDFjCcMX1bsm2ig8p4Fa1Oi6n-jlPWwQ1mdL21hiN6z2JW-RaNog1LA/s320/cupuacu.jpg) |
Cupuaçu |
O povo alegre e
criativo do nordeste tem participação importante na construção do folclore
brasileiro. Prova disso é que várias lendas folclóricas têm origem no nordeste.
Quibungo – A lenda do Quibungo fala sobre um Bicho-Papão de cor negra. Esta
criatura faz parte do folclore local da Bahia. O Quibungo teria origem na
cultura africana. Ele seria uma variação da Cuca, uma criatura que tinha o
objetivo de assustar as crianças. A lenda do Quibungo é contada no nordeste
para disciplinar as crianças rebeldes e que não dormem cedo.
Cidade
Encantada de Jericoacoara – Esta lenda trata de uma misteriosa cidade
subterrânea, que estaria presente no litoral do Ceará. A cidade encantada teria
torres de ouro e uma linda princesa encantada.
Papa Figo – A lenda fala de um personagem bastante conhecido no nordeste, o
Papa Figo. Esta criatura sofre de uma terrível doença e precisa do fígado das
crianças para sobreviver. O Papa Figo presenteia as crianças para atraí-las.
Esta lenda é semelhante à história do Velho do Saco, que tem origem na Europa.
O Papa Figo é uma lenda típica da cidade de Recife, em Pernambuco.
Barba Ruiva – Esta lenda surgiu no Piauí. Segundo
a cultura local, um homem estranho e de barba ruiva vivia às margens da Lagoa
Paranaguá. Este homem seria acusado de correr atrás das mulheres.
Cabra-Cabriola – Esta lenda fala de uma terrível criatura. O Cabra-Cabriola seria
responsável por pegar meninos desobedientes. O Cabra-Cabriola também é usado
para colocar medo em crianças que fazem xixi na cama.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXPs2Fvq68x12ZiYV8tS7kcMb2dezIdvv8mvZTL1SGhqjnqaUSCRQtJ9VgVXbOFQZeG9ZOaQf0ZUlf3_GdH7HJOexsDOgYhl5YjTLZGasqGbkTouw9yOA1sKGnE10rJG_p7QrWBZhv3Qo/s320/papa+figo.jpg) |
Papa Figo |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3NOQnNIIowL6iaFq-vKhdgyMgFEvbq-M2COODITBfpmwsdPgRHA3KMnn3Ep_maRYYO7DfzaYglDo8tSwnfglEqcjryJZZXIdP_zBnOXcenIUfQDYZ1XCqTu21g8cKEKYxhMSNKiJkFFo/s1600/Cabra_Cabriola.jpg) |
Cabra-Cabrola |
Fonte: http://www.grupoescolar.com